De Flow a Guimarães Rosa: 7 Curiosidades Sobre Gatos na Arte
- Editora Xará
- 6 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: 7 de mar.
Eles estão nas histórias infantis e nos contos de terror, acompanham bruxas e escritores, estampam as capas dos livros de healing fiction. Os gatos têm uma relação estreita e curiosa com a literatura. Neste post, vamos explorar sete curiosidades sobre esse vínculo enigmático entre felinos e as palavras.
1. Escritores gateiros no Brasil
A literatura brasileira está cheia de autores apaixonados por gatos. Lygia Fagundes Telles, por exemplo, não apenas escreveu sobre eles, mas também posou para várias fotos ao lado de seus bichanos.

“Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da liberdade sem coleira”
Lygia Fagundes Telles
Outros escritores brasileiros também demonstraram seu amor pelos felinos:



2. Gatos e poesia
Entre os escritores gateiros, destacam-se os poetas. Haroldo de Campos, por exemplo, dedicou versos ao romance de telhado entre sua gata e um gato cinza:
“na primeira noite de cio
“na primeira noite de cio
miou por um gato galante
e com seu galã cinzamalhado
enluarou o telhado
branquíssima de paixão”
Haroldo de Campos
Ferreira Gullar publicou Um gato chamado Gatinho (Ed. Salamandra), um livro inteiro em homenagem ao seu companheiro felino:
“O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor”.
Ferreira Gullar
Na Editora Xará, temos dois livros que evocam essa relação felina com a poesia:
Os poemas de Nocturne conduzem o leitor por cenários noturnos e reflexivos, com um toque de ironia e humor ácido. Assim, o poeta cria uma atmosfera que transita entre o sombrio e o cômico.⠀
Na foto da capa, quem provoca o leitor com uma careta é a gatinha Noturna – ela inspirou o autor, mas, infelizmente, desapareceu misteriosamente
O livro de Caio renova o soneto – uma forma poética clássica –, ao tratar temas muito contemporâneos, como saúde emocional e questões existenciais.
No início do livro, vemos um gato brincando com um novelo. Ao longo das páginas, as linhas desse novelo embolam e desembolam os poemas, criando uma imagem metafórica.
Afinal, a literatura nos ajuda e desenrolar pensamentos e sentimentos, enquanto o poeta brinca com as palavras como um gato brinca com seu novelo.
O primeiro livro de Caio, Uma coisa chamada Eu, foi publicado de maneira independente e também conta com ilustrações gateiras. Você pode comprá-lo diretamente com o autor: @caioaguiarsirino
3. Gatos e outras artes
Os gatos também passeiam por outras artes, além da literatura – inclusive, dando saltos entre uma mídia e outra, sempre caindo de pé, é claro.
Um exemplo recente disso é o filme de animação Flow, que recebeu o Oscar em 2025, e é protagonizado por um gato preto.
Produzido na Letônia com o software gratuito Blender, o longa foi o primeiro do país a conquistar um Oscar. Por isso, os letões estão em festa, estampando gatinhos em todos os cantos!

Além de Flow, temos mais aparições dos felinos nas artes:
Os Gatos, de T. S. Eliot, inspirou o musical Cats;
As tirinhas de Garfield foram adaptados para o cinema;
O Gato Félix e a Gata de Os Saltimbancos marcaram a infância de muita gente;
O pintor Salvador Dalí gostava de felinos “selvagens” e fez um ensaio fotográfico com gatos:

4. Escritores gateiros no mundo
Sim, a paixão por gatos é internacional! Veja alguns exemplos de escritores estrangeiros conhecidos por seu amor felino:
Julio Cortázar: O autor argentino incluiu gatos em vários de seus textos.
Natsume Soseki: O escritor japonês escreveu o clássico Eu Sou um Gato.
Patricia Highsmith: A autora norte-americana tinha uma relação próxima com seus gatos e aparece em várias fotos ao lado deles.
5. Gatos como símbolos de aconchego
Considerando todo esse afeto pelos bichanos, não é de estranhar que eles tenham se tornado símbolos da “literatura de cura” ou healing fiction – livros que buscam trazer conforto e acolhimento aos leitores.
Esses romances, populares no BookTok (a comunidade literária do TikTok), frequentemente apresentam felinos nas capas e nas histórias. Eles simbolizam afeto e um refúgio emocional.
Você já deve ter visto algumas dessas capas por aí:
6. Gatos e bruxas
Se, por um lado, os gatos são vistos como símbolos de aconchego, por outro, ainda carregam uma aura de mistério e magia. No conto O Gato Preto, de Edgar Allan Poe (escritor gateiro) o felino parece ser um agente do sobrenatural e, ao mesmo tempo, uma vítima da crueldade humana.
Gatos pretos, em especial, ainda são associados às bruxas, aos vilões e ao azar, mas quem convive com eles sabe que, na verdade, eles são criaturas cheias de personalidade e charme.
7. Gatos e crianças
Os escritores, sobretudo os poetas, têm pelo menos duas coisas em comum com as crianças: um olhar especial para a vida e uma conexão com gatos!
Na literatura para crianças, temos o clássico O Gato de Botas, de Charles Perrault, e Era uma Vez um Gato Xadrez, de Bia Vellela.

Poderíamos levar sete vidas listando exemplos de obras ou de artistas gateiros por aqui, mas este texto precisa acabar. Afinal, se você chegou até aqui, talvez seja hora de fazer um café e agradar seu gato.
E não esqueça: nossos livros da raça Flow estão disponíveis na Amazon, esperando por você:
Obrigada pela leitura!
Leia mais:
https://www.loqueescondeelblog.com/2011/08/gatos-y-escritores-i.html
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